22.9.11




A Que Sou

Sou a que chora pelos motivos que ninguém vê
Aquela que tem uns medos que disfarça
Aquela que acredita quando não devia acreditar
Alguém que fala em demasia e não se entende
A que dança sabendo dançar e canta sem saber cantar
Que devia ir ao analista mas se deu alta
Imagina muito e sofre por antecedência
Conclui sem ouvir
E se esmera pra ser eloqüente
È afobada, ansiosa, corre e não sabe esperar
Acha que sabe muito da vida e não pensa na morte
Não sabe como vai morrer e nem quer saber
Aliás, espera não morrer
E nem acredita em milagres
Gosta de pastel e não ama chocolate
Cabelos escorridos desejando ser cacheada
Atrevida, briguenta,manteiga derretida, comovida sempre
Rosto sem assimetria, vesguice sutil, pés feios
Deseja um mundo paralelo no fundo do armário da biblioteca
Achava que podia ser Alice e hoje ta mais para Chapeleiro Maluco
Brinca com fogo e blefa no jogo
Foi uma criança feliz que brincava sozinha
Foi sempre forte e adulta porque não tinha escolha
Responsável, conselheira, equilibrada por necessidade
E dentro dela todas as cores do mundo
Vive intensamente, sem importar no que dê
E dá com os burros n’água
Quando olho, vejo um gramado verde, um céu azul
Uma imensidão e uma criança fazendo suas escolhas
Essa sou eu.

Um comentário:

Debora disse...

Minha cara, nunca me identifiquei tanto, me deu vontade de ser criança, mas medo ao mesmo tempo. Passar por td que passei? Afinal se fui sempre forte foi apenas por falta de escolha. bj carinhoso