17.7.12



















Pela Dor e Pelo Amor
Não que ela fosse uma criança triste. Ao contrário era feliz, engraçada e sua risada sempre ecoava pela casa. Brincava sozinha. Comia flores e joaninhas por curiosidade e plantava conchas no jardim . Mas também era uma criança que crescia com dor, literalmente com dor. Dor física. Desde que se entendia de gente. Dor que a acompanhava por toda vida. Muito tempo depois quando já podia entender as coisas a mamãe lhe contou o nome daquilo: fibromialgia.  Aquela dor era aliviada por lápis de cera, versos e música. E alguns comprimidos laranjas e chás verdes.  E a mania engraçada de ler a lista telefônica  pra ver os nomes engraçados que usava em suas histórias.  Sentia falta das listas telefônicas que já não eram mais entregues nos dias de hoje.  Centenas de páginas. Certo , talvez melhor que não existam mais. Tantas árvores poupadas.  Mas era divertido já na adolescência ler a lista em busca do nome de garoto por quem era platonicamente apaixonada. Enfim. Nos anos atuais bastava entrar nas redes sociais para encontra-los. Menos charme, menos mistério.
Voltando a dor de crescer. O que a acompanharia sempre ? cadernos, gravuras, colagens, livros  e canções...